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sábado, 10 de setembro de 2011

Conto de sábado - O Espelho

Numa pequena cidadezinha do interior existia uma velha senhora, viúva a muitos e muitos anos e que todo o ano, no período de férias escolares recebia a visita do seu neto, que lhe fazia companhia por algumas semanas em sua casa. A casa era uma construção antiga, com cômodos bastantes amplos, assim como a casa o pátio também era grande e espaçoso com muitas árvores. O menino adorava brincar no pátio, correr, subir nas árvores, jogar bola até que a noite lhe obrigasse a se recolher, cansado das brincadeiras, logo adormecia para no dia seguinte logo ao amanhecer começar tudo de novo. Porém quando chovia, tinha que ficar dentro da casa e passava longas horas explorando o que tinha nas inúmeras peças da casa; havia porém um dos quartos, o qual havia sido transformado pelo seu Avô em escritório, inúmeras estantes com livros e revistas antigas, e ainda uma serie de objetos antigos; todas aquelas coisas eram magníficas e despertavam a imaginação do menino. Havia, porém uma caixa, no alto de uma estante que intrigava o menino devido aos repetitivos avisos de sua Avó que não devia mexer ali. Justamente por ser proibido mexer ali que, ano após ano, o menino passava horas a imaginar o que seu Avô tinha guardado ali; imaginação que aguçava seu cérebro a arquitetar um modo de pega-la e desvendar finalmente aquele mistério. Os anos se passaram, e o menino foi ficando maior e vendo que não tardaria a ter o tamanho suficiente para alcançar a tal caixa; ele tinha razão, após tanta insistência e inúmeras tentativas frustradas, havia chegado sua hora. Conseguiu finalmente pegar a caixa, e nervoso com a conquista, abriu-a! Para sua surpresa havia um pequeno espelho dentro dela acompanhado por um bilhete; perplexo com o achado dedicou-se a olhar o espelho e muitas vezes se observar nele. Passado alguns minutos resolveu ler o que estava escrito no bilhete; aí veio a maior surpresa! Algumas poucas linhas escritas a caneta pelo punho do seu falecido Avô naquele simples papel dizia: - Olhe-se bem neste espelho, veja quem você é, analise a sua vida e feito isso você verá que já tem muito com que se preocupar! Que surpresa, o menino simplesmente não entendia o que seu Avô queria dizer com aquelas palavras... O menino pode não ter entendido as palavras do bilhete, mas a mensagem é clara para todos nós, quantas vezes nos detemos a ficar se preocupando com a vida dos outros, se ela é correta ou não; temos solução para o problema de todo mundo! Mas aí que vem o detalhe, se todos parassem para se olhar de vez em quando, e se nos déssemos o luxo de uma auto-análise, certamente a qualidade das relações humanas seria bem melhor e as pessoas deixariam de dar tanto valor a vida dos outros e passassem a valorizarem a sua própria existência. Seria certamente um grande passo do Ser Humano em prol de uma vida pessoal e coletiva bem mais harmoniosa.

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